O coronel Marcos Colares Pantoja, condenado pelo Massacre de Eldorado dos Carajás, foi preso na tarde desta segunda-feira, no Pará. Ele se apresentou espontaneamente, acompanhado de seu advogado, por volta das 15h, no Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves, em Santa Izabel, na região metropolitana de Belém.
Pela manhã, o juiz Edmar Pereira, da Primeira Vara do Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Pará, expediu mandado de prisão para o coronel Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, que até o momento não se apresentou para a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe). Os dois foram condenados pela ação da Polícia Militar que causou a morte de cerca de 20 trabalhadores sem terra em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, e ficou conhecido como o Massacre de Eldorado dos Carajás.
Desde que foram condenados, os dois vinham recorrendo da sentença em liberdade. Agora, os recursos foram esgotados e os policiais militares terão que cumprir a punição. Pantoja foi condenado a 228 anos e o major Oliveira a 158 anos e 4 meses em regime fechado. Porém, o Código Penal Brasileiro determina que o tempo máximo seja de 30 anos na prisão para qualquer condenado.
O massacre
Em 1996, cerca de 20 trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foram mortos pela Polícia Militar durante um confronto no km 96 da rodovia PA-150, na chamada Curva do S, em Eldorado dos Carajás, no Pará. O episódio motivou a criação da Jornada Nacional da Luta por Reforma Agrária, uma mobilização que é feita todos os anos no mês de abril.
A ação contou com a participação de mais de 150 policiais militares, mas somente o coronel Pantoja e o major Oliveira foram condenados pelas mortes dos manifestantes.
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